quarta-feira, 13 de maio de 2015

A prolixidade é um problema para a Diplomática?


Palavras ao vento.

PROLIXO: Que fala ou escreve usando mais palavras do que o necessário. Que se expressa, falando ou escrevendo, através do uso excessivo de palavras.

Há duas formas de ser prolixo:
Ø_A mais frequente é falar demais sem dizer nada, dar voltas até chegar ao essencial.
Ø_A segunda forma é usar um vocabulário pesado, inacessível à maioria das pessoas.

A diplomática precisa ser clara e objetiva. Todavia, no mundo da música é possível se encontrar músicas extensas demais e que dizem muito ou nada, bem como outras menores e que dizem tanto quanto seu tamanho, nada ou quase isso, ou dizem muito.
Os gostos musicais são variados, do um Carimbo do Estado do Pará, às clássicas que ultrapassam facilmente os vinte minutos, como Rachmaninov: Pianoconcerto nº.2 op.18, tocada, entre tantos artistas renomados, por Anna Fedorova, tal música tem exatos trinta e sete minutos e quarenta e oito segundos. Esses estilos reúnem multidões que comparecem só para ouvi-los, assim como tantos outros estilos musicais. São prolixos? Não são? Você ai, se ainda não desistiu da leitura, decide.

Mas voltando para a Diplomática, não importa que uma música tenha um minuto ou quarenta, que tenha sido escrita em uma página ou em dez, será enfadonha? Para muitos sim, principalmente para quem não gosta, mas para a diplomática pouco importa que ela seja prolixa, todavia o contrário não pode ocorrer, até mesmo porque a Diplomática é a ciência que se preocupa em utilizar a correta metodologia de descrição documental, e, para isso, a descrição tem que ser sintética e objetiva. Ela pode mergulhar em um oceano de informações prolixas, mas terá que extrair o máximo dele e expor o mínimo necessário.

Noutro sentido, um mesmo arquivo musical ou audiovisual, independentemente de sua extensão, pode ganhar roupagem diferente em contextos diferentes, será o mesmo documento, mas o suporte pode ter mudanças, pode ser encontrado em um disco de vinil, em um CD ou DVD, em um Pen Drive, no HD de um computador, etc.

Sendo assim, no arquivo de um cidadão comum o arquivo pode servir como prova de que ele já ouviu uma determinada música de uma lista, e, os outros arquivos musicais pertencentes a tal lista também integrarão seu fundo arquivístico quando forem ouvidas; para um organizador de festas de crianças ou casamentos pode servir como prova de que ele tem um acervo musical adequado e está qualificado para, no dia da festa, colocar somente músicas pertinentes ao evento; para um artista, o produtor da música, pode servir como prova de que ele tenha recebido uma premiação para tal música, um disco de ouro, platina, ou qualquer outra homenagem contendo a letra de sua música assinada por uma autoridade da área conferindo a ele tal premiação.

A Diplomática tem que ser sucinta, e, dentro de uma pilha documental, propor um plano de classificação para tais documentos, obedecendo à identificação da tipologia documental, como, por exemplo, pode se ter um acervo musical, com vários estilos musicais extensos ou não, espalhados nos mais variados suportes, o acervo de uma rádio, que pode ter a seguinte classificação em seu fundo:


Plano de classificação

Nesse contexto pode-se concluir que os documentos em si podem ser prolixos ou não, mas a Diplomática não deve ser, ela deve se preocupar, entre outros fatores, com a correta metodologia de descrição documental.


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